Caipirinha VS. Mojito: uma é a bebida nacional do Brasil e a outra é uma das bebidas de mais sucesso no mundo, principalmente no verão.
Você sabia que a Caipirinha e o Mojito são bebidas que parecem bastante? Além dos ingredientes da Caipirinha, como limão, gelo e açúcar, o Mojito também tem folhas de hortelã e água com gás. Além do mais, as diferenças entre elas não param, o Mojito é feito com Rum, que é um destilado feito de cana de açúcar, assim como a nossa querida Cachaça.
A diferença na fabricação das bebidas é que o Rum é produzido a partir do melaço, que é o caldo cozido da cana. Enquanto a Cachaça é feita a partir do suco fresco da fruta.
E o que faz a caipirinha e o mojito serem as queridinhas de consumo nos bares? Talvez sejam seus sabores refrescantes e marcantes que perduram há séculos.
Nesse post, você conhecerá em detalhes sobre Caipirinha VS. Mojito e como preparar esses drinks que encantam a todos. Vamos lá!
Se a sua vida for azeda, acrescente cachaça e gelo e aproveite uma boa caipirinha!
-leandro miojo
Ir Para a Seção:
- A Caipirinha
- A Trajetória da Bebida Típica Brasileira
- A Caipirinha E Seus Ingredientes
- Caipirinha Original Vs. Cocktails
- Caipirinha: Receita Clássica
- Mojito
- A Trajetória do Mojito
- Mojito E Seus Ingredientes
- Mojito: Receita Clássica
- Caipirinha Vs. Mojito
A Caipirinha
Acompanhamento típico de feijoadas, churrascos e outros pratos típicos brasileiros, a caipirinha – mistura de cachaça, limão, açúcar e gelo, é uma das mais emblemáticas bebidas do Brasil e conhecida internacionalmente, sendo uma parada obrigatória para os turistas que passam pelo país.
A Trajetória Da Bebida Típica Brasileira
Não há registros oficiais sobre onde exatamente a caipirinha teria surgido. De acordo com historiadores, acredita-se que a bebida originou-se entre os trabalhadores rurais das regiões Central e Noroeste de São Paulo, onde a produção de limão, cana-de-açúcar e açúcar sempre foi farta.
A partir daí, algumas teses teriam sido apresentadas a respeito dessa bebida com mais de 100 anos de existência.
Uma delas é que a primeira versão da bebida, que ainda não tinha o nome caipirinha, teria surgido como um remédio caseiro em meio ao caos deflagrado pela gripe espanhola, cujo vírus se espalhou pelo mundo e chegou ao Brasil em Setembro de 1918, com os passageiros a bordo do navio inglês Demerara. A receita original da bebida naquela época incluía suco de limão, alho, mel e uma dose de cachaça, já que o álcool era utilizado para acelerar os efeitos terapêuticos do medicamento.
Popularmente, o limão sempre teve uma função medicinal por causa da alta concentração de vitamina C. A caipirinha seria, sob essa visão, uma infusão à base de limão-galego, e outros ingredientes, bastante comum no interior.
Outra versão é que a caipirinha tenha sido criada por fazendeiros na região de Piracicaba, São Paulo, como uma bebida regional, feita sem alho e o mel substituído por açúcar, servida em eventos da alta classe de fazendeiros, enaltecendo a força da cultura canavieira na região. A bebida passou a ser uma opção de boa qualidade às bebidas importadas como uísque e vinhos que vinham da Europa.
Rio de Janeiro
Outra possibilidade é de que a bebida tenha surgido em Paraty, Rio de Janeiro, por volta de 1856, no combate à epidemia de cólera que acometeu a região. Os enfermos recebiam “aguardente temperada com água, açúcar e limão” como uma alternativa ao consumo de água que poderia estar contaminada.
Em 1922, durante a Semana de Arte Moderna realizada em São Paulo, artistas renomados e intelectuais modernistas abraçaram cultura gastronômica nacional, e a pintora Tarsila do Amaral (1886-1973), elegeu a caipirinha como a bebida oficial do movimento, levando o drink para o velho continente, em particular, Paris.
A palavra caipirinha é diminutivo feminino de caipira, com o qual os habitantes da capital denominaram o morador da roça com pouca instrução ou homem do campo e de classes sociais menos favorecidas do interior. Por sua vez, a bebida “caipirinha” pode estar associada em razão do baixo custo de seus ingredientes.
A bebida consagrou-se na capital São Paulo durante os anos 50 e 60 e migrou para outras cidades, até chegar a Santos, onde passou a ser consumida por turistas, principalmente nas praias, tornando-se uma bebida de verão.
Fabrizzio Guzzon
Entretanto, durante algum tempo a caipirinha, famosa nas classes média e baixa, era rejeitada pela elite, pois a cachaça ainda era sinônimo de uma bebida de baixa qualidade da roça. Foi então que Fabrizzio Guzzoni, proprietário do Grand Hotel Ca’d’Oro, após ter experimentado a bebida num botequim da região, passou a servir no restaurante de seu hotel, mas antes fez algumas mudanças no drink.
Guzzoni padronizou o copo, adicionou gelo e substituiu o limão galego pelo tahiti que não possui sementes e facilita o preparo e o consumo. Logo, a caipirinha caiu nas graças da elite paulistana, de estrangeiros e hóspedes ilustres que frequentavam o hotel: o rei espanhol Juan Carlos I, o presidente francês François Mitterrand, os tenores Luciano Pavarotti e José Carreras, as sopranos Aprile Millo e Montserrat Caballé.
Em 1997, a caipirinha entrou para o seleto grupo de Cocktails da I.B.A (International Bartender’s Association), passando a ser divulgada e servida em restaurantes e bares em mais de 50 países.
Em 2003, com o intuito de proteger a autenticidade da bebida e torná-la um patrimônio nacional, o governo brasileiro publicou o decreto nº 4.851 de 2 de Outubro de 2003, regulamentando a caipirinha como uma bebida típica brasileira.
§ 4º Caipirinha é a bebida típica brasileira, com graduação alcoólica de quinze a trinta e seis por cento em volume, a vinte graus Celsius, obtida exclusivamente com Cachaça, acrescida de limão e açúcar
A Caipirinha E Seus Ingredientes
A caipirinha original utiliza a cachaça que é produzida de modo artesanal ou industrial. Cachaça é a denominação típica da aguardente, obtida pela destilação do caldo de cana de açúcar com graduação alcoólica de 38% a 48% em volume a 20º Celsius.
As cachaças são envelhecidas em barris de madeira ou em tanques de aço inox. As que passam por madeira podem perfeitamente ser utilizadas para preparar caipirinha.
Porém, irão agregar aromas específicos na bebida. Por exemplo, cachaças maturadas em Amburana (Amburana acreana), possuem características doces, florais e especiarias. Geralmente, ao fazer uma caipirinha envelhecida em amburana, deve-se adicionar menos açúcar.
O limão tradicional da bebida é o tahiti – casca verde, sem sementes, e acidez ideal.
O açúcar não deve ser exagerado, porque sua função é apenas cortar a acidez do limão.
Caipirinha Original Vs. Cocktails
Atualmente, devido a sua imensa popularidade, a bebida passou a ter diversas variações de receitas com açúcar mascavo ou adoçantes artificiais, vodka ou sake ao invés da cachaça, uva, maracujá ou morango no lugar do limão.
Naturalmente, com a fama mundial do drink, os bartenders acabaram inventando uma infinidade de cocktails de cachaça, açúcar, gelo e diferentes frutas, como maracujá, kiwi, tangerina, morango, etc, denominadas “caipifrutas”.
Especialistas em bebidas recriminam e alegam que preferem não adotar o nome “caipirinha” para tais variações. Embora outras bebidas sejam saborosas, o drink não pode levar o nome de “caipirinha de maracujá”, por exemplo, pois a bebida clássica é feita com limão tahiti.
De certa forma, isso pode atrapalhar a difusão da autenticidade no exterior e com isso, as pessoas podem achar que tudo que se mistura cachaça passa a ser caipirinha.
O mesmo acontece com o tipo de bebida utilizada para fazer o drink, resultando em diferentes prefixo e sufixos do nome original, por exemplo:
Caipiroska – Caipirinha feita com Vodka Smirnoff;
Caipiríssima – Caipirinha feita com Rum Bacardi;
Caipinheger – Caipirinha feita com Steinhäger;
Saquerinha – Caipirinha feita com Saquê;
Caipivinho – Caipirinha feita com Vinho.
Existem ainda versões com especiarias como alecrim, capim-cheiroso, capim limão, hortelã e gengibre.
Apesar de muitas variações serem apreciadas, de acordo com a legislação brasileira, somente a bebida elaborada com cachaça, limão, açúcar e gelo, pode ser denominada caipirinha.
Ufa, Caipirinha VS. Mojito…. Agora que você ficou por dentro sobre a Caipirinha, que tal aprender a preparar esse delicioso drink com a gente?!
Caipirinha: Receita Clássica
Caipirinha
Ingredients
- 1 Unidade Limão Tahiti
- 1 Dose Cachaça
- 1 tbsp Açúcar
- Cubos de gelo
Instructions
- Lave e corte o limão em 4 pedaços.
- Coloque o limão e o açúcar num copo tipo Old Fashioned
- Com um socador, macere com o cuidado para não pressionar muito o limão e amargar a bebida.
- Complete o copo com gelo e depois a cachaça.
Notes
Mojito
Um coquetel feito com ingredientes do Caribe a base de rum branco, o mojito é originário de Cuba e é um dos coquetéis de rum mais populares servidos hoje. Devido a sua refrescância oferecida pelas folhas de hortelã, o drink é muito apreciado durante as estações quentes do ano.
A Trajetória Do Mojito
Assim como qualquer outro coquetel, a história do Mojito não é tão clara. Porém, existem algumas versões como o fato ocorrido em meados do séc. XVI quando Francis Drake, um almirante inglês ancorou o seu navio na região de Havana, em Cuba.
Francis e seu irmão, Richard Drake, teriam ficado maravilhados com os ingredientes existentes na ilha caribenha. Richard, teria então criado um coquetel conhecido como El Draque feito com aguardente, açúcar, suco de limão e hortelã.
Os escravos africanos usavam aguardente de cana, folhas de hortelã, sucos de cana-de-açúcar e suco de limão para fins medicinais. A palavra mojito pode ter sido originada do espanhol mojar, um verbo que significa ‘molhado’. Mas há quem diga que vem do mojo africano, que significa “pequeno feitiço.”
Essa história era contada nos bares cubanos, em especial no “La Bodeguita del Medio”, pelo escritor americano Ernest Hemingway (1899 – 1961), que contribuiu para a popularização do Mojito.
No entanto, a bebida ficou realmente famosa com a ajuda dos americanos famosos que passavam suas férias nas praias e bares de Havana. Muitos deles se identificaram com o mojito, pois era semelhante a uma bebida apreciada nos EUA , o Mint Julep, um coquetel feito com uísque, hortelã e gelo.
Rum E Seus Ingredientes
Assim como a cachaça, o rum tem a mesma matéria prima, a cana de açúcar. Porém, o rum é feito através de subprodutos da cana, como melaço, melado ou caldo de cana, por um processo de fermentação e destilação.
Um rum classificado como leve geralmente é produzido por destilação contínua, enquanto um rum com maior graduação alcoólica é destilado em alambique de cobre.
O Rum tem uma graduação alcoólica maior do que a cachaça, entre 35% a 54% em volume a 20ºC e pode ser envelhecido em barris de carvalho ou madeira equivalente.
Bartenders preferem usar o rum branco e não envelhecido, pois a bebida deve ser equilibrada destacando a refrescância do limão e do hortelã.
O hortelã é considerado uma erva medicinal que auxilia no tratamento de má digestão, cólicas, vômitos, insônias, vermífugo, mau-hálito e picadas de insetos. Originária da Europa, foi trazida durante a colonização das Américas e misturada em infusões medicinais e posteriormente a cocktails. No mojito, o hortelã transfere sua refrescância e perfume à bebida.
Simple Syrup or Simple Sugar
Alguns bartenders usam o Simple Syrup ou Simple Sugar o que nada mais é do que um xarope de açúcar, muito utilizado em boa parte dos cocktails de fácil diluição. Entretanto, bartenders cubanos evitam o açúcar granulado com a alegação de que ao triturar os grânulos de açúcar, estará triturando a hortelã que irá extrair uma maior quantidade de óleos naturais da planta, agregando mais aromas.
O suco de limão fresco cria uma reação química e se mistura com a clorofila da hortelã atenuando o amargor da planta.
O gelo deve ser em cubos e não picado. O mojito é servido em um copo alto tipo highball. Como o maior consumo da bebida é durante o verão, usar gelo picado irá acarretar um derretimento rápido e uma bebida aguada. Ao contrário, cubos de gelo permitem uma diluição mais lenta em um coquetel já com club soda.
O Club Soda, uma água misturada com dióxido de carbono, é adicionado aos drinks no intuito de baixar o nível do álcool das bebidas e equilibrar os ingredientes, facilitando o consumo. Lembrando que o rum possui um teor alcoólico alto entre 35% a 54% em volume.
Agora acho que você ficou fera entre a Caipirinha VS. Mojito. Então, vamos aprender a fazer a receita clássica de Mojito para fecharmos com chave de ouro?!
Mojito: Receita Clássica
Mojito
Ingredients
- 50 ml Rum Branco
- 1 unidade Limão Tahiti
- 12 unidade Folhas de Hortelã Fresca
- 2 tbsp Açúcar refinado
- 25 ml Club Soda
- 1 ramo Hortelã
Instructions
- Lave o limão, corte em 4 e esprema no copo.
- Adicione o açúcar, os gomos de limão, as folhas de hortelã e pressione gentilmente usando um macerador de bartender ou de caipirinha, para soltar o óleo natural das folhas.
- Preencha o copo com metade do gelo, adicione o rum e misture com a colher.
- Adicione o club soda, complete com gelo e decore com o ramo de hortelã.
Notes
Caipirinha Vs. Mojito
Cocktail | Origem | Destilação | Bebida | Fruta | Açúcar | Outros Ingredientes | Copo para Servir |
Caipirinha | Brasil | Aguardente de Cana | Cachaça | LimãoTaiti | Refinado | Gelo | Old Fashioned |
Mojito | Cuba | Melaço de Cana | Rum Branco | LimãoTaiti | Refinado | GeloHortelãClub Soda | Highball |
Concluindo
Enquanto a caipirinha é feita com cachaça, limão e açúcar, o ingrediente principal do mojito é o rum branco.
Ambas as bebidas, marcaram suas histórias nas Américas do Sul e Central, respectivamente, durante o período de colonização, quando as opções de medicamentos eram escassas.
Tal motivo, fez com que os nativos ou comunidade local, usassem os subprodutos alcoólicos da destilação da cana de açúcar misturados com limão e especiarias, como alívio para determinadas enfermidades.
Porém, mal sabiam eles que a cachaça e o rum, utilizados nas infusões terapêuticas, se tornaram protagonistas dos cocktails mais famosos do mundo, a caipirinha e o mojito.
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Espero que este artigo tenha melhorado seu entendimento sobre Caipirinha VS. Mojito. Para saber mais sobre bebidas, dê uma olhada em Sauvignon Blanc: O Guia Entusiasta Para Os Amantes Do Vinho.
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